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Plantar soja no pó pode comprometer 50% da produtividade da safra

Com o fim do período de vazio sanitário é dado o start no plantio da soja no Centro-Oeste. No entanto, nem sempre os produtores aguardam a umidade ideal do solo para realizar a semeadura para, assim garantir a janela ideal para o cultivo da subsequente, na segunda safra.

A prática pode acarretar prejuízos ao produtor, como alertam especialistas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). O pesquisador da Embrapa, José Salvador Simoneti Foloni, agrônomo e doutor em produção vegetal, avisa que o plantio no solo seco não é recomendado porque prejudica a germinação da soja e pode gerar perda de até 50% na produtividade. Nem mesmo o plantio com poucas chuvas é recomendado.

O que acontece

“Sem água no solo e a previsão de um longo período sem chuvas, quem colocar a semente no solo estará brincando de roleta russa, pois a semente não terá condição de germinar adequadamente e poderá até morrer”, afirma o pesquisador.

Ele explica que o estresse por falta de água causa prejuízos em todos os estágios da soja. Porém, há três períodos críticos da lavoura em que o problema é demasiadamente severo: germinação, florescimento e enchimento de grãos. É preciso considerar que, quanto maior for a área foliar da cultura, maior será a perda de água por evapotranspiração.

“Ou seja, na fase entre o florescimento e o final do enchimento de grãos, a soja chega a perder mais de 7 milímetros de água por dia. Se a planta enfrentar uma estiagem neste estágio, o impacto na produção será muito grande e os prejuízos podem chegar facilmente nos 50%. Isso significa que uma lavoura com potencial de produzir 70 sacas por hectare poderá produzir de 30 a 40 sacas apenas”, explica o especialista.

Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o plantio de soja pode ser iniciado logo após o fim do vazio sanitário, agendado anualmente para todo dia 15 de setembro. Mas como a previsão do tempo aponta chuvas suficientes somente para outubro, a dica é esperar.

Necessidade da planta

Quando a semente vai para o solo, o primeiro estágio da germinação é chamado de embebição, período em que a semente absorve passivamente a água disponível no entorno para dar início à formação da plântula.

De acordo com Salvador, se o agricultor insistir em plantar com o solo seco e a semente conseguir gerar uma planta, há a probabilidade dessa planta permanecer subdesenvolvida durante todo o ciclo. Por isso, além da importância da chuva, também é preciso optar por materiais de qualidade, ou seja, sementes com procedência, alto vigor e germinação, por exemplo.

Para o diretor técnico da Sementes Jotabasso, Airton Francisco de Jesus, “plantar no pó é armazenar a semente na pior condição possível, pois a perda das qualidades fisiológicas da semente nessas condições é rápida e irreversível, uma vez que temos dois fatores contribuindo para isso: altas temperaturas e pouca umidade no solo”.

Sendo assim, compensa esperar as chuvas. “O produtor planta a soja cedo para poder também semear a segunda safra na época certa, mais isso pode ser um risco. Mesmo que o plantio da soja atrase, ainda é melhor plantar com segurança para não arriscar perder o material em solo seco”, completa o administrador e gerente comercial da Jotabasso, Airton Geovani Corrêa.

“Na Jotabasso, como dedicamos nossa plantação principalmente à produção de sementes, não podemos plantar em um momento só, diferente do produtor, que em cerca de 15 ou 20 dias consegue semear toda a lavoura. Por isso, gostaria de fazer o alerta: se for plantar no seco, o reflexo será imediato, a semente nasce, mas seu desenvolvimento pode ser muito fraco, comprometendo a produtividade”, finaliza Geovani.

 

 

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