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Enraizamento da soja pode significar seguro contra a seca

A safra da soja 2017/18 no Rio Grande do Sul foi a segunda maior dos últimos 10 anos. No entanto, ficou 8% abaixo em relação ao ciclo anterior, devido principalmente aos fatores climáticos adversos em algumas regiões do estado.

Para que isso não aconteça no próximo ciclo, alguns produtores estão combatendo antecipadamente a deficiência hídrica do solo. Entre os primeiros cuidados necessários à cultura está o manejo adequado durante o enraizamento inicial. Nesta etapa, que começa logo após a germinação, as raízes precisam atingir grandes profundidades e a planta apresentar um alto vigor inicial. Investir nessa fase pode trazer diversos benefícios ao produtor.

Há cerca de três anos, o produtor Irini Damo Perin, do município de Ibirapuitã, norte do RS, vem usando fertilizantes minerais à base de cálcio e enxofre, obtendo resultados melhores a cada safra da soja. “Tenho aplicado cerca de 150 kg de SulfaCal por hectare, junto com adubo, e os resultados sempre aparecem. Através de uma análise, descobri que o solo tem deficiência de enxofre, então estou corrigindo isso e também para aproveitar o máximo do perfil do solo, para que a planta consiga atingir maior profundidade. Com isso, numa estiagem, por exemplo, já se nota a diferença de onde foi usado o produto”, comenta o agricultor.

O engenheiro - agrônomo Eduardo Silva e Silva, gerente técnico especializado em solo da SulGesso, explica que estes fertilizantes minerais estimulam o enraizamento da planta, sendo essenciais no processo. "O sulfato de cálcio granulado atua no aumento da porosidade do solo, promovendo sua descompactação e, consequentemente, um maior enraizamento das plantas. Raiz mais profunda, planta mais bem nutrida”.

O especialista explica o resultado desse processo para a planta. “Então, quanto maior a densidade do sistema radicular, maior a área de contato com o solo, em suas camadas, o que reduz significativamente os efeitos negativos à planta, como por exemplo, a redução da atividade fotossintética, diminuição do crescimento, entre outros sintomas, causados pelo estresse hídrico".

Para quem quer ampliar o potencial produtivo da lavoura, o especialista dá uma dica valiosa: aprofundar a análise de solo da sua lavoura. "O produtor tem que ir obrigatoriamente além da camada de zero a 20. É preciso começar a analisar na profundidade de 20 a 40 centímetros, onde está a camada de diagnóstico. É aí onde vamos encontrar informações sobre como será a dinâmica das águas e, a partir desses dados, associado a um manejo adequado, o produtor vai saber a capacidade que sua lavoura terá para nutrir a soja", completa Eduardo.

O especialista finaliza lembrando que sem água, não há vida. O insumo é um dos principais componentes para a sobrevivência da planta, uma vez que o vegetal precisa dela para que seu metabolismo ocorra e também para que os nutrientes sejam absorvidos. "Com maior enraizamento e a descompactação do solo, as plantas acessam água e nutrientes em maior profundidade, seja na coxilha ou na várzea. É o seu seguro contra a seca!", conclui Silva e Silva.

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